O Grupo Amigos dos Autistas de Petrópolis (Gaape), fundado em 2001, recorre à reciclagem para conseguir fundos. O projeto conta com a ajuda de empresas, da comunidade e das famílias de pacientes que recebem atendimento. Todos os dias os pais de atendidos recolhem o material deixado no pátio da instituição. Separam, ensacam e limpam o local. O material é vendido e o valor arrecadado é utilizado no pagamento de contas, como a de telefone. "Mesmo recolhendo muito material, o valor ainda é pequeno, mas ajuda. Recolhemos plástico, alumínio e papel. Não é preciso nem bater, basta jogar aqui dentro que fazemos a separação e o recolhimento do material todos os dias", explica a psicóloga e supervisora de equipe, Márcia da Silva Loureiro.
A comunidade e as empresas são as principais parceiras da instituição para a arrecadação dos materiais. "Doamos materiais para o Gaape e incentivamos os nossos funcionários a também fazê-lo. Temos uma política de preservação e nos preocupamos com o meio ambiente, tanto que estamos trabalhando com a sacola ecológica, plantio de árvores e palestras sobre aquecimento global", explica o proprietário da loja Watercolour, Alexandre Neves, que conta com a ajuda da esposa Valéria para difundir essa mentalidade.
São 35 pacientes autistas, de 3 a 42 anos, além dos familiares, atendidos pelos 30 profissionais formados e especializados. Segundo a psicóloga, o autismo é um isolamento total, dificuldade de se comunicar e comportamento inadequado. "A maior dificuldade que eles têm é a interação com o meio social, e com isso ficam cada vez mais enclausurados", diz.
O trabalho desenvolvido pela instituição faz com que os autistas não sejam tratados em manicômios, possam estudar e ser inseridos na sociedade, lutando com o tratamento que chamam de "ratos do porão". Segundo a psicóloga, o trabalho dos familiares é muito importante para o ressurgimento dos autistas. "É preciso mostrar o mundo para eles e eles para o mundo, inseri-los num grupo, mostrar o que é regra e limites. Ensinamos à família como deve ser o procedimento e que eles não podem ser afastados do convívio. Como eles têm surtos e desorganizam com muita facilidade, nem sempre a família sabe lidar e alguns nem sabem que são autistas e acham que são malucos. Já tiramos dois dos leitos manicomiais, por terem sido classificados como esquizofrênico e psicótico, e agora já estão na sociedade", conta.
As pessoas e empresas que estiverem interessadas em participar do projeto fazendo doações de material reciclável podem deixá-los na sede do Gaape, que fica na Rua Presidente Kennedy, 828 - Piabanha - Petrópolis - RJ. Para ter mais informações, procurar ajuda ou fazer denúncia sobre algum autista sem tratamento ou doações, o telefone é o (24) 2242-5381 .
terça-feira, outubro 24, 2006
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